13.10.14


Diante de nós não há mais nada. Diante de uma casa vazia, onde a solidão se recolhe nos quartos fechados, há dias que não se reconhecem, há palavras que não se encontram. Diante disto ficamos nós, sós, as mãos vazias, as bocas caladas. Ficaram as casas separadas, cada uma por si só. E depois o vazio.

21.8.14


O passado é um lugar esquecido, onde todas as coisas estão imóveis. O passado atinge-me como uma bala a rasgar-me a pele e a carne, com uma dor que arde e queima, uma dor que me ata por dentro.

Mas isso dura só o tempo de te pedir de volta, de te trazer de volta.

27.6.14


O tempo gosta de devorar as horas. É demasiado difícil não poder fazer nada. Tudo o que acontece a mais é doloroso. Há um abismo côncavo que prende os pés ao chão, uma inconsistente fuga da vida. Há casas fechadas umas sobre as outras, e de repente a cidade. Vazia. A cidade vazia. Dias breves. Isto tudo.